Livro em pré-venda com postagens a partir do dia 10 de maio
Sonhos e testemunhos: Política do Inconsciente e Discurso Jurídico
Fabiana Rousseaux é psicanalista, coordenou o Plano Nacional de Acompanhamento a Testemunhas e Querelantes (na Argentina), vítimas do terrorismo de Estado; fundou e dirigiu o Centro de Assistência a vítimas de violações dos Direitos Humanos “Dr. Fernando Ulloa”, ambos ligados à Secretaria de Direitos Humanos da Nação (Argentina), no período 2004-2015. Foi articuladora do projeto “Clínicas do Testemunho” do Ministério da Justiça do Brasil (2015) e colaborou com a criação e a formação de grupos de assistência e acompanhamento no Uruguai e no Chile. Autora de publicações nacionais e internacionais, entre elas, “El ex detenido-desaparecido como testigo de los juicios por crímenes de lesa humanidad” em co-autoria (Ed. Fundación Duhalde, 2015, com traduções ao português e ao francês). Organizou e é autora dos livros Territorios, escrituras y destinos de la memoria e Legado y memoria(s): Debates sobre el futuro anterior, editados por Territorios Clínicos de la Memoria, Associação Civil que fundou em 2016, e publicados por Tren en Movimiento. É membro fundadora da Red Interamericana de Psicoanálisis y Política (RedIPPol). Leciona seminários de pós-graduação sobre a intersecção entre psicanálise, direitos humanos e as memórias traumáticas, em diversas universidades. É parte do Conselho de Redação da #lacanemancipa, Revista de la Izquierda Lacaniana, a partir de onde organizou o livro Feminismos y Psicoanálisis em colaboração com a Universidad Nacional de Avellaneda. Recebeu prêmios e reconhecimentos por seu trabalho de articulação entre psicanálise e direitos humanos. É supervisora externa em hospitais públicos.
ORCID: http://orcid.org/0009-0002-6471-0143
Sinopse: O livro Sonhos e Testemunhos, organizado pela autora Fabiana Rousseaux, apresenta a relação entre o inconsciente e o discurso jurídico nos julgamentos de crimes de Estado na Argentina. A partir de sua experiência no acompanhamento de vítimas-testemunhas, a autora discute como os sonhos podem ter um valor probatório e como o testemunho judicial se conecta com a psicanálise. A primeira parte retrata os testemunhos, no qual o terror de Estado deve ser pensado como uma categoria clínica, gerando danos psíquicos de longo prazo com traumas destacando a dificuldade das vítimas em narrar suas experiências e que continuam ativos nas vítimas e em suas descendências. A segunda parte conta os sonhos, a autora apresenta o caso de Ángela que desde a infância teve pesadelos recorrentes com corredores e portas, quando adulta ela descobre que suas imagens oníricas coincidem com um centro de detenção clandestino onde sua mãe foi mantida prisioneira. O caso de Carlos descreve um sonho recorrente com uma bolinha de ping pong quicando sem parar no qual conecta a um evento traumático vivido em cativeiro. O caso de Carla retrata o sonho com uma criança que retorna para sua família biológica depois de ter sido sequestrada durante a ditadura, refletindo o trauma coletivo dos bebês apropriados ilegalmente pelo regime militar argentino e divulgando o papel fundamental das Abuelas de Plaza de Mayo (Avós da Praça de Maio) na busca por netos sequestrados pelo regime e a repercussão internacional dessa luta.
SUMÁRIO:
3. Agradecimentos
9. Prólogo – Lucíola Macêdo
Introdução
23. Política do inconsciente e discurso jurídico nos julgamentos por crimes de Estado
I. Os testemunhos
29. O terror de Estado como categoria clínica
31. O testemunho como ato do sujeito. Transpor o íntimo
39. Sujeito de direito, sujeito do inconsciente. O que o testemunho toca
II. Os sonhos
49. Essa “memória imatura”: a propósito do sonho-testemunho de Ángela
61. O sonho-escavação de Carlos: a bolinha de ping pong
72. O sonho de Carla: o retorno menos esperado
Adendo
83. Sobre as “Abuelas de Plaza de Mayo” e as incidências de sua busca por netas e netos apropriados/as em âmbito internacional
86. Referências
Epílogo
93. O que um sonho testemunha? – Claudio Martyniuk
Posfácio
101. Espectros do passado: o trabalho do sonho e a cena do
tribunal na Argentina pós-ditadura – Márcio Seligmann-Silva
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